sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Diário de bordo do futuro

Antônio: 

Eu poderia mentir e dizer que eu era o "fodão" da cidade e que terminar com a Celly não tinha me afetado, mas nada em mim era assim e eu estava querendo continuar com aquilo e ir seguindo até ver onde parava ou se nosso amor renasceria como uma fênix, mas parece que finais felizes realmente só combinam com os filmes, aquilo era um final, mas nada ali era feliz pra mim. 3 semanas depois do fim da rotina que eu queria para minha vida - ficar ao lado dela- já estava mais adaptado a sair com os caras, encarar o apartamento vazio, alguns prazeres rápidos e tão cheios de "reverberação" quanto meu apartamento! Procurava diversão no meu trabalho, entenda, eu trabalhava no hotel mais barato da cidade e nessas ultimas semanas aprendi a tirar proveito dessa situação, mas era raro aparecer alguém sozinho por aqui e por isso mesmo os prazeres eram cada vez mais rápidos e vazios. Na segunda apareceu uma mulher sozinha e achei que ela devia estar perdida ou bêbada porque sua aparência era a pior possível, não entenda mal, ela era realmente linda, mas a expressão que levava no rosto lembrava a minha depois de um porre. Quem sabe se ela estiver lúcida amanhã não resolva sair comigo? Quem sabe? Não sei...já estou tão cansado de tudo que é efêmero, o mundo sofre com a falta de amor porque a gente se acostuma a não querer amar. Amar é bom, amar é revigorante quando não termina em uísque, quando não termina no meio dos seus planos com a pessoa, quando termina no fim do copo ou no corpo da primeira prostituta que se oferece pra você depois de uns porres. Amar é...amar deve ser alguma coisa que não envolva estar bêbado e fodido.

-          Diário de bordo do futuro (Parte III)

  Diário de bordo do futuro (Parte II)

Nenhum comentário:

Postar um comentário